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quarta-feira, 23 de abril de 2008

Deixando de fora (por um pouco) o mito da Super-Mulher


From: Samantha

Passei o reveillon lá com a família de Veronica, numa festa à beira da piscina e à beira mar. Foi muito bom. Fógos, música ao vivo e muita cerveja, wisque e chapangne. Brena dançou até amanhecer. E eu com ela. Fomos as últimas a sair da festa. Dia claro. Me diverti muito. Mas por alguma razão, no day after, fiquei muito pra baixo. Não consegui me animar, nem beber, nem fazer nada. Fiquei prostrada. Todos me estranhando. Inicialmente foi o mal estar da bebida e eu tb estava com uma virose que me derrubou. Depois, o dia foi avançando, me livrei da ressaca física. Mas a ressaca interior levou três dias para passar. Não sei o que me ocorreu, eu simplesmente silenciei. Fiquei calada o tempo todo, sem vontade de abrir a boca pra nada. Todos me cobravam postura de alegria, a de Samantha de sempre. E eu não dei respostas a ninguém. Só saí do meu casulo quando chegeui em salvador. Estou melhorando. Até Brena me estranhava, dizia que eu estava diferente, calada. Mas enfim. Tô voltando ao normal. Me dei ao luxo de ficar sentindo, até o talo, o meu baixo astral, sem ter que me explicar. Foi isso. No próximo ano acho que quero estar em outro lugar.
Beijos, Samantha 05-01-05

From: Holly
OHHH!!! Apareceu a margarida olè olè olà!
Bom retorno.
É, Samantha, eu sei o que vc sentiu. A entrada de um novo ano nos impõe, uma sincera reflexão, um feed-back interior, um balanço de tudo que produzimos ou deixamos de produzir, e, principalmente, das conquistas falidas, uma sensação de "incompletezza". Eu passei muitos anos nessa condição melancólica, qdo me sentia no dever de realizar-me em algo que nem mesmo eu sabia identificar. Talvez fosse naquele ponto crucial pra quase todas as mulheres, a AMOR. Sim, deve ser esse o grande fator, pois depois que vc solidifica um relacionamento com alguém, é como se nesse periodo as forças se unissem, e os desprazeres e desaventuras se dividissem. E então, vc se esquece de se martirizar pelo ano que terminou, levando consigo a possibilidade de reaver as ocasiões perdidas, a oportunidade de remediar um amor incompreendido, uma emoção não vivida.
Vc fez bem em se manter sò pra vc mesma, de se doar a si mesma. Deixar de lado o mito da super-mulher, mesmo por poucos dias. Vc não se perdeu, mas estava se encontrando consigo mesma. Habituada em se ocupar a alegrar sempre os outros corre o risco de perder a si mesma. Seguir seu instinto de vez em quando, mesmo que desagrade a alguém, só faz bem pra o nosso ego. Não diminua essa sensação que vc sentiu nesses 3 dias pois, talvez vc não se deu conta, mas foi uma ótima recarga pra o seu interior. Às vezes, a supermulher precisa de tempo pra se entender a si mesma e as próprias exigências, pra não correr o risco de escolhas falsas. Muitas vezes queremos realizar algo que pensamos ser ideal pra nós mas, na realidade, corresponde aos desejos de outros que de uma forma ou de outra interiorizamos e podem se apresentar no inconsciente sob forma de falsos desejos, sob forma de pressão social ou de um valor social interiorizado, mas que não corresponde à verdadeira gama dos nossos valores, e de nossas preferência., Muitas vezes não temos nem mesmo a predisposição genética pra suportá-lo, aí falimos. E perguntamos: mas pq fali e fulano que é pior do que eu conseguiu? Se vc consultasse o seu interior poderia receber a mensagem de que, a linha pra se seguir não é bem aquela. O seu percurso é bem diferente daquele seguido pelo "fulano". Somos seres individuais, por isso temos que seguir nosso ser profundo que é único. A reflexão é muito importante. Qtas decisões sábias já fiz, pelo fato de "perder" um bom tempo refletindo. Sei que a vida frenética de vcs, rouba muita energia e a capacidade de se concentrar em si mesma pra receber a mensagem direta do nosso coração, compreender o porque de certos falimentos, o pq algo não deu certo. Pode soar retórico, dizer que "a resposta se encontra dentro de nós mesmos" mas é a mais pura verdade. Tirar esse tempo de pseudo mudez, é importante . Vc se cala pra o mundo mas fala com o seu íntimo. É daí que começamos a nos aceitar a a aceitar tb nossos limites. E pra se aceitar, é preciso se conhecer. O conhecimento de nós mesmos, depende muito do tempo que nos dedicamos em refletir, pensar a nós mesmos e entender o que queremos realmente.
É bom te ter de volta.
Bjs e bom começo de ano.
Holly 06-01-05

From: Ly
Holly como sempre, botando pra F...
É Samantha tb acho que vez em quando precisamos destes mergulhos. Acabei de ler um livro que ganhei de natal da Maitê Proença, e estes nossos questionamentos são iguais aos dela, vc vai se identificar pra caramba, e isso que Holly fala sobre complemento é o que ela reclama o tempo todo, aliás vc recebeu uma crônica dela que te enviei, né? Pois o livro é todinho assim, vc imagina uma mulher lindíssima como ela, rica, famosa, etc, etc, com as mesmas carências e questinamentos da gente? Pois tudo isto independe e como Holly diz, o que serve para chico, não serve para francisco. Vou enviar pra você.

Ly, 06/01/05

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