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quarta-feira, 23 de abril de 2008

Menu italiano - Reveillon em Copacabana


From: Holly
E as outras, como foram de ano novo? O ano aí começou bem?
Entre nós ele entrou sutilmente, como geralmente acontece por aqui. Sinto falta da emoção do romper-do-ano como acontece no Brasil. Aqui, se vc cochilar, ele passa pela sua cabeça sem deixar sinal. Ainda mais esse ano que foram suspensos os fogos de artifício, em solidariedade à população asiática. Às 11:00, no restaurante que passamos, fez um minuto de silêncio. Meia-noite, os "Bots" dos espumantes, beijos e abraços. Só depois, começou a música e eu respirei melhor o ar de ano novo. Comemos por 3 horas (diga-se um prato depois do outro) mas tudo em pequenas porções. 4 a 5 entradas, dois "primos", dois segundos (pratos), as tradicionais lentilhas, que aqui, quem não come no passar do ano, fica pobre. Representam dinheiro. Eles levam a sério mesmo. Lentilhas com "cotechino" uma espécie de salsichão, muito gostoso mesmo. Uma torta gigante, e às duas da manhã, frutas da estação. Quem ficou até as cinco, capuccino com croissant. Nós ficamos até às duas e meia.
Dancei um pouco com meus amigos, pois as músicas eram horríveis. No dia seguinte fomos jantar na casa do nosso decorador, pois sua mulher tem o maior xodó comigo. Essa semana ainda se está de férias por aqui, pois 6 é feriado, vamos fazer alguma viagem veloz pra matar o tempo. E esse é o nosso início de ano. O sol, incrivelmente, está sendo amigo. De noite se congela mas de dia, almoçamos na terraça com uma ótima temperatura. Ainda bem.
Sim Tess, essa historia foi contada aqui tb. A mãe disse que agora vai ter de passar toda a vida procurando explicar ao filho o motivo que fez ela abandoná-lo à morte. Mas essa criança não será, jamais, a mesma. Todo o seu suporte psicológico foi fragmentado e será preciso uma vida inteira pra recuperar. Aqui existem mais de 2000 pessoas desaparecidas. Que coisa terrível. Eu hoje, não consigo mais ter confiança no mar. Nunca tive muita, antes, mas agora é que não me arrisco mesmo. Estamos até pensando em vender nosso barco, pq no ano passado, parece que era já um pré-aviso do mar, nunca vi o mar tão agitado. Em uma das vezes foi terrível. Eu estava sentada na prôa, bem na frente. Na ida, tudo tranquilo. Qdo voltamos o mar era de uma revolta incrível. A ponta do barco subia e qdo descia, com a ponta bra baixo como um tobogan, furava as ondas e desaparecia totalmente e eu recebia tudo na cara, agarrada no corrimão, não podia nem me mover pra tentar descer pq fazia saltos enormes e se não me agarrase bem, me jogava dentro do mar. Quase não me dava tempo de respirar. Danny disse que me via desaparecer debaixo das ondas e pensava o pior. Ele e um amigo nosso, mesmo protegidos pelo vidro, a agua passava por cima e batia com fúria na cara deles. Meu amigo, coitado, não quis entrar na cabine pra não deixar Danny sozinho mas ele disse que não imaginava como Danny conseguia enxergar pois as ondas não dava trégua. Que terror. Daquele dia, eu já não tive muito entusiasmo pra passear de barco. Agora, estamos pensando seriamente em vender. Sabem como sou terrivelmente medrosa com essas coisas, né?
Não soube desse furacão no Brasil, não. Até pensei, qdo vi aquele no México e outras parte dos EUA, que era tão perto do Brasil que era um milagre que não passase por lá. Mas a natureza esta revoltada mesmo. Não podemos confiar mais nela. Se é final dos tempos, não tem pra onde correr.
Essa coisa do Brasil ajudar os terremotados, nao creio que seja por compaixão e solidariedade, mas por muita hipocrisia. Pra mostrar aos governos internacionais que existe e està presente, senão, como se explica centenas de crianças que morrem de fome a cada dia? Bastava fazer uma campanha na tv, como acontece aqui todos os anos, uma em cada rede televisiva. "30 horas pela vida", durante essas 30 horas ininteruptas, fazem shows, as pessoas telefonam ou mandam um SMS no valor de 1 euro, e adquirem milhões de euros. Vão pra salvar as crianças da Àfrica ou pra investir em pesquisas contra o câncer, ou para os terremotados qdo ocorre um terremoto.(Isso é o que dizem mais não sei quanto é verdade) Em poucas semanas eles constroem novas casas pra todas aquelas pessoas que perderam casa, é impressionante. Bastava uma coisa parecida, pra salvar muitas crianças da fome aí nesse país.
Bem, ja falei muito. Me escrevam mais. Cadê Samantha, ainda está nas farras?. Quero ver a mão dela no nosso livro.. Tenho mil idéias pra o momento do lançamento. (qdo serà?) Novembro? Cairia bem, Ly. Vamos nos esforçar.
Bjs.
Holly 04-01-05

From: Ly
Aqui no Brasil também tem estas campanhas para a criança e a GLOBO arrecada milhões, mas o problema é que não sabemos claramente como estes milhões são gastos.
Bem queridas meu reveillon foi tranquilo, como falei pra vcs Tchole viajou e Falcon saiu às 10 com a namorada, fiz um hadock, um peixe maravilhoso que é cozido no leite e é bem carnudo, um arroz com água de côco e amêndoas e jantamos às 11:00h, nos vestimos e atravessamos a rua em direção a praia, já que moramos em copacabana, tava meio triste, meio decepcionada, sei lá, mas mesmo assim fui, sabe que dificilmente me deixo abater, né? Mas foi ótimo, é muito engraçado a emoção que sentimos, imagine uma praia como a de copacabana, lotada, gente rica, pobre, feio, bonito, preto, branco e etc, aquela massa branca, pois a grande maioria estava de branco, inclusive eu e Bento, todos com as espectativas à flor da pele, todas com a esperança de um novo ano, de novas mudanças. Entrei no clima e respirei aquela expectativa, como somos iguais no ano novo, né? Parece que ali, todos de branco, todos buscando o mesmo objetivo, somos todos iguais, apesar de tanta diversificação.
Realmente é uma grande emoção. Bem, os fogos, apesar da fumaçeira preta deste ano, foi lindo, quinze minutos, em que absolutamente todos que estavam na praia, estimado em 2 milhões de pessoas, ficaram olhando pra o céu, admirados com a beleza das cores e formas barulhentas, foi um barato.
Quando acaba, os "ricos" se vão e vira uma verdadeira festa de largo, onde os pobres, que desde às 16:00h estão lá marcando lugar, esperam o dia amanhecer. Nas ruas, o maior congestionamento e nós voltando pra casa que é só atravessar a rua, diante de tanta gente, carros buzinando, criança dormindo nos colos e tantas coisas normais do dia a dia, caí na real e também descobri que foi só por 15 minutos que erámos todos iguais.
Bjs Ly 04-01-05
From: Samantha
É Ly! 15 minutos. Pode ser até uma eternidade. Ou pouco, muito pouco. Enfim...

Holly manda fotos sua e de Danny, tiradas no reveillon

Holly,
O chapéu que vcs estão usando, de palha, contrastando com o look elegante, é pra que mesmo??????
Ly 04-01-05

From: Holly
O chapéu a gente já encontra, cada um na sua cadeira, e na mesa, muitas serpentinas, às vezes são máscaras como as de Veneza, mas de cartolina, coloridas. Tudo pra se divertir na pista de dança qdo romper o ano. Às vezes, fazem o chapéu de cartolina, tb coloridos. Um pouco como um carnaval pobre.
Ly, achei sua carta bonitinha, tipica mesmo de fim de ano. Quer dizer que vc mora em copacabana, é? Que chic! Nem pra me dizer pra me gabar. Aqui eles tem a mania de dizer que todo brasileiro é carioca. Pode? Fazem uma confusão danada.
Bjs Holly 04-01-05

From: Tess
Oi garotas, meu revillon foi bem legal, passamos em um hotel chic onde a Banda GV foi cantar, assistimos também a queima de fogos, foi muito legal! No show os meninos também pediram um minuto de silêncio pelas vítimas da catástrofe.
Eu estava Linda! Bem queimada da praia, com uma blusa branca bem lindinha e uma saia de um palmo com as pernas ( bastante grossas diga-se de passagem) toda na rua.
Beijos beijos
Tess 05-01-05

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