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sábado, 26 de julho de 2008

Holly e Tess não concordam com a ida de Brena para Italia


From: Samantha
Oi Holly,
Tudo em cima? Não tive tempo ainda de responder sua carta... tô no sufoco essa semana. Mas com calma escrevo. Brena me mostrou as cartas... depois conversamos. Olha, escrevi uma linha pra Gary e ele respondeu. Veja tudo no e-mail anexo. Falamos depois sobre isso.
Hoje é o niver de Margie, mande e-mail pra ela
Te amo, beijos.

Samantha, 4-10-05
From: Holly
É, pelo visto estão todas enterradas sob a areia do deserto. Perdemos o fio da meada? Sim, eu me lembrei e já escrevi pra ela, pra o endereço do filho dela. Diga a ela, pois não sei se o endereço dela é ainda válido.
Gary me ligou no sábado passado, me falou do stress dele mas que não tinha nos esquecido. Disse que ia telefonar pra vc. Telefonou? Realmente acho que ele tá com a cabeça explodindo. Não é fácil, toda essa mudança de empresa de um lugar pra outro. Vi a bagunça que reinava alí, qdo ele nos levou pra conhecer o local. Ele controla os mínimos detalhes. Vamos dar um tempo. Por que vc não pede uma ponguinha na empresa dele? Quem sabe, te mandaria uma passagem e vc vinha passar o natal aqui. O que acha?
Me escrevam. Diga a Brena que vou responder a última carta dela. Ela tá mesmo decidida, né? Se dependesse de mim, trazia ela ontem. Vou tentar fazer a cabeça de Danny. Não será fácil. Diga a ela para orar.
Bjs e me escrevam. Ah, Roby está internado há uma semana, Tá com um problema, que não consegue engolir muito bem o alimento, parece que qdo engole se sufoca, a boca não consegue sustentar o copo e a água se derrama, e pra completar, um olho começou a fechar e ele não consegue abrir. Estão fazendo um bateria de exames, de computadorizada a ressonância magnética, raio X do tóraxe, sangue, coração, mas ainda não disseram o motivo. Está internado, não sabemos até qdo. Mas está sereno, parece que ele se sente em um hotel, precisa ver. Todo contente. Ainda bem.
Bjs e respondam-me. Cadê Tess?
Holly, 05-10-05

From: Tess
Oi Holly,
Eu estou aqui, é porque ultimamente tá difícil aqui no trabalho, tem dias que não consigo nem abrir o email. Minha chefe foi ter bebê, e eu estou substituindo ela e ainda fazendo o meu serviço, uma loucura......
Estou muito triste por causa de Roby.... será que é algo grave?
Meninas, acho que não vai dar certo Brena aí sem Samantha, acho que vcs todos tem que ir com calma neste processo, Brena não é uma pessoa fácil de se lidar, Samantha que o diga, por isso acho que ela ainda não tem idade de tomar uma decisão desse tamanho e todo mundo aceitar. Eu acredito que Samantha não vá concordar com isso, por isso Holly, antes de falar com Danny é preciso primeiro saber a posição de Samantha e Dery, se for o caso, afinal é pai, Brena, apesar de madura, é uma criança de 13 anos e por mais decidida que esteja, não tem idade para tomar esta decisão, e além do mais, Brena tem síndrome de pânico, não acho prudente que vá sem Samantha. Esta é a minha opinião.
Bjos, Tess 5-10-05


From: Holly
Oi garotas
Sim,Tess, eu tb estou muito atenta a esses problemas, sou totalmente de acordo com vc, e já tinha ponderado todas essas coisas. Se vcs leram as cartas que mandei pra ela, devem ter mais ou menos entendido que eu estou tentando empurrar a coisa o mais adiante possível, próprio pra dar tempo a ela reconsiderar o que ela chama de decisão. Tenho certeza matemática que essa decisão dela é uma resposta a alguma desilusão (talvez muito secreta) e a melhor forma que ela achou pra se defender foi essa de “ameaçar” em se mandar pra obter um efeito esperado. Podem escrever isso. Claro que ela tem essa intenção, no âmago do seu íntimo, de um dia levantar vela e se mandar mesmo, mas não acredito que ela, no fundo, ache que é esse o momento. Se ver claramente um mecanismo de defesa dela. É óbvio que aquela idade é perigosíssima pra ser administrada pelos verdadeiros pais, imaginem pra quem nunca foi pai-mãe. Afetivamente falando, eu não hesitaria um segundo em tê-la comigo, mas racionalmente falando, é uma coisa quase impossível, no sentido de tê-la aqui, sem a presença de Samantha. Jamais daria certo, não por mim, que me habituo a situações bem mais complicadas, mas por Danny. Eu não falei nada com ele pq sei o que vai responder. Mas, mesmo que ele decidisse em trazer ela, os primeiros meses correriam lisos como óleo, mas sei que o caráter dele não é dos melhores pra suportação. Bastaria um capricho de Brena - e isso seria uma coisa já dada por certo - pra que o circo pegasse fogo. Logo, não seria a solução melhor. Nem podemos, também, contar com o apoio de Gary. É melhor não dar total credibilidade naquilo que ele diz. Danny acha ele meio fanfarrone: fala demais e age bem menos. Logo, apesar dele ter créditos bastante pra dar uma mao, e ter demonstrado disposição, acho uma coisa muito imprevisivel. Nunca se sabe.
Estou tentando com todos os argumentos, não tirar da cabeça dela, agora, essa intenção, pois sei que seria remar contra a maré, mas fazer com que ela entenda que aprovo a idéia dela completamente, mas jogando com as dificuldades pra que ela se desanime. No momento, os argumentos dela são imbatíveis. Ela consegue rebater com muita coerência e eu tenho que me desbundar pra tirar da cabeça dela a famigerada "decisão". Quero que ela creia que estou totalmente do lado dela, mas ao mesmo tempo, colocando barreiras "invisíveis" pra que ela sozinha se desestimule. Não é facil usar de artimanhas com ela, mas por enquanto, ao menos ainda não me mandou aos "diavolos". Tenho que estudar as frases com estrategia, pra não cair no descrédito. Que façanha, viu? A garota não é fácil, nossa! Samantha precisa de um "manual comportamental, exclusivo pra adolescentes extragaláticos", é o que acho.
Ok, vamos ver no que vai dar.
Roby ainda está no hospital, e só hoje conseguiram fazer a ressonância magnética. Estamos esperando o resultado.
Bjs, Holly - 6-10-05

From: Samantha
Calma Tess
Vc tá dando as coisas como líquida e certa. Vc vaticina que Brena tem síndrome do pânico categoricamente. Não existe esse diagnóstico. Nem o médico foi tão incisivo. Ele apenas supõe que seja uma espécie de pânico desenvolvido que ela tem que vencer, já que foi detectado depois de todos os exames que o coração dela é limpo, não tem nada, e tem ótima oxigenação. Logo, não se trata da síndrome em si, àquela que a pessoa tem medo de sair na rua, essas coisas. Pode ser um processo emocional que gere pânico, insegurança, e desencadeie a arritmia. E que, naturalmente, deve ser tratado com terapias adequadas. Não quero, de jeito nenhum, vaticinar o futuro da minha filha por uma doença que a gente nem sabe se ela tem e que, se tiver, com certeza é de fundo emocional e perfeitamente tratável.
Acho realmente que Brena ainda não tem idade de tomar decisões sozinhas e traçar o próprio rumo. Mas reconheço a determinação e a maturidade dela e acredito que a decisão dela poderá receber suporte de todos nós se realmente for o melhor pra ela. Acho até que se Brena mudar de ares, muita coisa poderá mudar pra melhor na vida dela. Tenho, inclusive, uma intuição de que o futuro dela será melhor plantado lá do que aqui. É claro que não tenho a menor intenção de ficar sem minha filha. Quando penso no futuro dela, eu me incluo inteira. Já falei antes sobre os meus comichões de ir embora que sempre me assolam. Sinto mesmo que vou zarpar daqui, que vou me construir em outro lugar. Me sinto sempre muito solta, muito fora de lugar, fora de espaço. Isso tudo é muito inexplicável e não dá para mostrar a essência do que sinto com linhas escritas.
Tô dizendo isso só pra vc ficar tranquila, que eu sei que vc é uma das que mais se preocupam com a gente. Tô atenta a tudo. Se a porta se abrir pra Brena, através de Holly pra ir pra lá, é uma porta que se abre e que, com certeza, não será à toa. Vou apostar na intuição dela, apesar da pouca idade, porque talvez ela seja uma via para a minha ida também. Jamais deixaria ela ir, se a minha intenção não fosse juntar-me, logo em seguida. Nunca posso esquecer de como Brena nasceu. Algo ainda está para acontecer e eu sei disso. Só espero que sejam só coisas boas.
Procuro não interferir ou incentivar as viagens mentais dela. Muito pelo contrário, mostro pra ela centímetro por centímetro as consequências de tudo e de uma decisão como essa. Principalemnte as desvantagens. Aliás, já falei a ela tantas desvantagens, que não sei ainda como ela não desistiu. Aliás, tá cada dia mais determinada. Quem sabe, isso é só uma fase e passe. Vamos ver. Se for o nosso destino, tudo vai dar certo. Eu ainda não conversei direito com Holly por falta de tempo, só dei uns toques, mas a gente vai conversar.
Quanto a Dery, Tess, o apito é surdo. Acho até que ele vai adorar o fato de se livrar de nós duas e da responsabilidade que a filha lhe impõe. Aliás, a idéia dele sempre foi eu " arrumar um homem decente - leia-se rico -" , naturalmente pra pagar as despesas de Brena e ele ficar livre das cobranças. Enfim.... bjs
From: Tess
Oi Samantha,
Foi vc mesma quem me disse que Brena tinha síndrome de pânico e não acho isso um bicho de sete cabeças, aliás, por tudo que ela já viveu, é o de menos...
Também não disse que vc estava concordando com essa decisão dela, apenas acho que é muito cedo para vcs estarem idealizando as coisas só porque, de uma hora para outra, ela decidiu jogar tudo pro alto e partir... achar ela determinada e por isso fazer do jeito que ela esta pedindo, é colocar nela uma responsabilidade prematura demais neste caso... Ela não está indo ao Rio ou a São Paulo, está querendo ir a outro país e isso implica muitas outras coisas...
Não estou também dizendo que a vida de vcs é melhor aqui ou lá, estou dizendo que ela não deve ir sem vc, é muita responsabilidade pra ela e pra Holly também.
Se vcs decidirem ir, ótimo, dou o maior apoio, mas acho que você deve ir junto. Vc pense em Brena ligando e chorando e pedindo pra voltar, e vc aqui... veja que confusão... Nada se compara a ter uma experiência lá fora... Não é facil pra quem é maduro de fato, imagine pra uma criança...
Bem, essa é a minha opinião, cabe a vcs (pai e mãe) avaliar se estou certa ou errada.
Bjs, Tess - 7-10-05
From: Samantha
Não acho que seja nada demais a síndrome do pânico Tess. Mas eu não falei que o médico havia diagnosticado isso. Ele disse que poderia ser, já que o coração tava normal. Tanto que passou uma investigação neurológica já que eu tive um parto difícil e isso pode ter afetado em alguma área de cérebro a oxigenação, o que tb pode gerar arritimia. Brena já tá marcada com o neurologista. Ele quer descartar todas as hipotése, para então, se for de cunho emocional, indicar um terapeuta. Foi isso que eu lhe falei. Não vaticinei que ela tinha a síndrome do pânico. Falei da possibilidade de ser isso.
E depois, eu não estou "idealizando" as coisas só porque Brena deu a crise de ir embora. Não insandeci ainda não! Óbvio que a crise dela só reforça algo que já está latente em mim ha muito tempo, e que não é segredo pra ningiuém, já que sempre falo disso, muito antes de Brena encrencar.
Enfim, mas tudo isso foi quem sabe algum insight para outras mudanças, que não sejam necessariamente a Itália. Tô aberta a tudo.... e atenta!

From: Ly
Realmente gente, pegar o bonde andando é fogo.
O que houve com Brena? Ela quer ir pra Itália? Danny não quer?
O que tà acontecendo, please?

From: Holly
Ly, lhe aconselho ler TUDINHO, depois interagir. É complicado "recomeçar do começo". Vá com calma e se atualize.

From: Samantha
Oi Holly, eis-me aqui de novo.
Como tá Roby? Melhorou!? Tadinho do bichinho. Morro de pena dele!
Li seus e-mail com relação a Brena, mas o tempo corrido aqui não me deixou responder logo. Depois , tava refletindo tb. De uma coisa tô certa, essa vontade de Brena nada tem a ver com uma desilusão amorosa, como vcs pensam.. Conheço Brena, sei quem ela é. Aliás, essa nova geração que tá chegando aí, encara os relacionamentos de forma bem diferente de como a gente encarava. Mas nada a ver mesmo! Assim como os meninos, as meninas se tornam cada vez mais pragmáticas, se envolvem menos, descartam mais e se pulverizam. Tô acompanhando isso de perto, tô vendo e convivendo com isso diariamente. Não só com Brena, mas com a galera dela toda, que eu vejo sempre de perto. Levo e trago pros lugares, vão lá pra casa, ouço os papos (fingindo que não tô ouvindo), acompanho tudo. E converso tb muito com Brena.Elas vivem num outro mundo. Totalmente diferente daquele que vivemos em nossa época de adolescência. Ave-maria. É tudo uma outra coisa! Sem falar que o nosso, já era restrito em relação aos demais da nossa idade, pela condição que a religão nos impunha. Portanto, já éramos distantes da realidade daquela época, e crescemos assim. Por isso hoje, sinto que cada uma de nós, de forma particular, tem umas certas infantilidades ao se relacionar com os homens. Eu, pelo menos, me reconheço assim.
Mas enfim, o fator Brena é um conjunto de coisas, que, naturalmente, passam pela adolescência, pela fase que tá vivendo: ansiedade, buscas, insatisfações, tédio....tudo junto. Como ela aprendeu a amadurecer mais cedo, talvez, que a maioria, tem um processo mais avançado que naturalmente desemboca em atitudes mais adultas, vontades mais adultas... ela chega antes, acaba pulando fases. É claro que como mãe, não quero deixar isso correr solto. E tô sempre buscando puxar a corda pra trás. Só que nem sempre isso é possível, pela personalidade que ela tem, pela opinião formada a respeito das coisas, pela determinação. E aí tenho que agir com bom senso, pra tb não podar o crescimento dela, que pode ser precoce, mas natural pra mentalidade que ela já tem....
Portanto, podem apostar que Brena não tem características tão românticas assim, como nós, de querer viajar pra longe da vida dela porque um menino lhe flechou o coração e virou desilusão. Ela pode até ficar baquiada, sofrer dores de amores, como todo mundo, mas não pra chegar a esse ponto. Conheço ela demais e sei que não é isso.
Agora Holly, concordo com vc com relação a Danny e toda essa questão. Sei como são os italianos. Porém, se eu fosse vc, jogava com Brena as cartas claras sobre a mesa. Acho melhor do que ficar empurrando com a barriga e criando perspecttivas falsas e que não vão acontecer. Seja clara com ela. Brena é ansiosa e isso pode lesar, mais que ajudar. Ela é o tipo de pessoa que tem que ser tratada logo no choque, porque senão, vai criando todas as asas. Eu, inclusive, prefiro. É assim que trato todas as questões com Brena. Com clareza e verdade. Ela é esperta Holly, e saiba que já percebeu, sem eu falar absolutamente nada, que vc está " cozinhando ela em banho maria" - palavras dela, tá?
Quanto a história de Gary, vc realmente me jogou um balde de gelo. Primeiro porque toda a idéia que eu tinha a respeito dele e referências, foram passadas por vc. Formei uma idéia sobre ele a partir das suas informações, pelo que vc falava sobre a pessoa que ela é. Os e-maisl que trocamos, por mais que sejam autênticos, não podem ter garantia de fidelidade. Naturalmente, confiava na sua avaliação, por conhecê-lo.
De repente, quando confidencio a minha vontade de ir pra aí e até de utilizar Gary como um canal, aí vc dispara que Danny acha ele um “fanfarrão” e que, vc, no fundo, desconfia tb? Vc ainda chegou a desconfiar que ele poderia não ter gostada das minhas fotos, me achando velha, e que ele achava que eu tinha menos idade... Bem, aí pra mim, é o seguinte: se é por aí, se for realmente isso, com certeza ele é um ser humano menor e nem merece a minha amizade. Essa história de idade pra mim tá por fora mesmo!
Bem, fiquei um tanto aborrecida pq vc só veio me dizer isso quando eu abri a possibilidade de ir pra aí. Se vc desconfiava dessa imagem de Gary deveria me dizer antes, mesmo fazendo as ressalvas da pessoa boa que ele é, pra que eu tb não fosse tomada por nenhuma surpresa quando o conhecesse. Entendeu? Enfim, na realidade, não é que eu quisesse transformar ele no meu suporte, nem é minha cara isso, mas, quem sabe, numa ponte de trabalho. Mas já esqueci tb essa idéia.
O certo é que, toda vez que me movo no sentido de ir pra aí, vc, sempre, joga água fria. Tô sendo honesta em lhe falar. Porque tb não adianta eu ficar com isso entalado no peito.
Saiba que eu pondero muito todas as coisas, foi-se o tempo em que eu agia preciptadamente. E não tenho dúvida de que se fosse sozinha aí, eu já teria me mandado e sei que vc me daria todo o apoio. Enfim... sei que as coisas mudam quando a gente tem que compartilhar com o outro.
Bjs, Samantha, 21-10.05
From: Holly
Oi garotas
Roby ainda está no hospital. Fez já varios exames mas nenhum médico informou nada a Danny sobre o pobelema. Ele está comendo melhor mas o olho ainda está meio fechado. Não sei o motivo que ninguém informa nada. Os enfermeiros não sabem dizer nada. Os médicos nunca se encontra e a esse ponto não se tem um diagnóstico. Danny já está irritado. Mas Roby está tranquilo, se sente em um hotel. Eu falei pra Danny, será que não estão fazendo dele cobaia? Sei lá. É estranho que quase 3 semanas e ninguém diz nada. Mah!
Sobre Brena, eu falei em alguma desilusão secreta mas não exatamente amorosa. Pode até ser isso ou outra coisa. Não que seja uma desilusão (se amorosa) daquelas dos nossos tempos, de doer o coração, a alma o estômago etc. Longe disso, realmente, confrontando com a nossa adolescência, a distância é de anos-luz e concordo que realmente, muito do que absorvemos na nossa infância e adolescência, condicionou o nosso modo de ver as coisas, mesmo se aplanada, consideravelmente, pela nossa inteligência, sagacidade e grande esforço em acompanhar a velocidade com que as coisas e os comportamentos sociais mudam. Pode ser tb, não uma desilusão amorosa mas, digamos, uma derrota no campo amoroso, o fato talvez de perder a competição pra uma outra, uma ferida no ego por não ter sido a preferida que pensava com certeza que fosse, e essa seria uma forma de dar "um a zero" como se dissesse: eu tenho uma chance que vcs não possuem e vou usá-la e vcs vão ficar de olho comprido, essas coisas permeiam muito o mundo mental da infância-adolescência, é natural. Não é aquela decepção, ai meu Deus, agora quero ir embora daqui pra esquecer ele..., essas coisas do nosso tempo, nem pensar. A forma com a qual direcionávamos nossas delilusões, era de encubação, a de hoje é de liberação. Eles têm todo espaço que nós não tivemos. - quando digo desilusão é um modo de dizer, mas não creio que seja o termo certo. Pode ser tb uma "desilusão ambicional" e no caso dela é muito provável. Não resta dúvida que o alvo dela é vir pra Itália e tentar uma carreira ambiciosa, o que me espanta é essa determinação na idade dela (são sò 13 anos), por isso acho que ela está confundindo as bolas, e é natural. Não acho que se deve causar um impacto forte como vc diz, cortando as asas de seu sonho, próprio em um momento delicado de transição forte no qual ela está passando, de confusão mental próprio por causa do desenvolvimento muito maduro pra um cérebro infantil, arriscando até em trazer um trauma psico-emotivo. O caso dela deve ser monitorado com cautela, não arrancando o sonho mas induzindo ao amadurecimento do projeto que ela mesma elaborou, de forma consciente e confiável, pra que ela se identifique com o plano racional que estamos traçando pra a realização do seu objetivo. Ela deve confiar no que dizemos, e a forma melhor não é ir de encontro à vontade dela mas aceitá-la e modificá-la e fazer com que ela acredite e aceite essa modificação. Ela deve crer que é somente uma modificação da nossa parte , mas o plano é dela e que nós estamos todos preocupados em aperfeiçoá-lo pra o bem dela. É essa a minha intenção. Não posso dizer a ela, não venha porque Danny não vai permitir. Acho que pra ela seria um choc inútil. Pode até ser que, qdo realmente ela for uma mulher de maior idade ou quase, isso possa ser possível pois as responsabilidades são bem menores. E sendo assim, quero que ela alimente a possibilidade, sim, mas com uma outra perspectiva que devagarzinho procurarei incutir na mente dela. Esse é o meu parecer.
Quanto a Giary, mantenho o mesmo conceito que tinha dele, que é uma pessoa humana, com bom coração, honesta e generosa. Porém, nunca convivi com ele, senão em alguns momentos de jantares, que participamos e 3 dias que passamos na apaartamento que ele nos ofereceu, eu Elsa e mais duas meninas. Não tenho uma profundidade no modo de como ele é. O que Danny falou, e eu falei tb com vc, é que ele gosta muito de se exibir, de dizer que conheçe esse e aquele, tenho isso e aquilo, enfim, o mal da vaidade, isso eu já lhe falei bem antes, mas não acho que isso seja um pecado capital. Danny o chama de fanfarrão, primeiro pq os italianos são, caracterialmente falando, todos iguais, ou seja, não suportam muito que um tenha mais ou que seja melhor. Eles todos têm esse defeito, e eu disse isso a Danny, depois também pq Gary disse que compraria o nosso barco e depois não tocou mais no assunto e Danny ficou com um pouco de raiva. E eu comecei tirar essa conclusão, achando que ele realmente fosse daqueles que diz faço isso e aquilo mas não faço, por causa da Banda GV que o amigo que ele dizia que era assim e assado, não deu bolas pra a indicação dele e também por causa de um outro amigo que ele nos apresentou como um imobiliarista e que logo, logo iria colocar nossa casa à venda e nos dar outra, (Danny tem intenção de mudar a casa de praia) vc reapareceu? nem o amigo tb. Aí eu comecei a aceitar a ideia do "fanfarrão" e isso foi coisa recente, e lhe referi, não pra vc mudar de idéia, mas próprio pra vc mesma julgar. Mas isso, reafirmo, não é um defeito maligno. Se vc quissesse realmente se relacionar com ele, não creio que isso fosse um impedimento. Essa coisa que vc diz que, cada vez que diz de vir aqui, eu jogo água fria, é uma coisa absurda e sem nenhum fundamento, tanto é certo que vc não citou a razão pra poder pensar dessa forma. A coisa mais maravilhosa que poderia acontecer, digo sem nenhuma razão de justificação, seria ter vc ou qualquer outra vivendo perto de mim. Pra mim seria o maior sonho. E digo, se eu vivesse sozinha, já teria arrastado todo mundo pra cá, quem me dera! Vc deve estar muito down pra pensar uma coisa dessas e eu prefiro nem entrar em detalhes pra não piorar o seu estado. Respeito, mas exijo uma reconsideração da sua parte, visto a injustiça das suas afirmaçoes.
No inicio, eu disse que não gostaria que vc viesse às custas dele, por motivos óbvios que seriam da dependência e, consequentemente, uma falsa aceitação por parte sua, se caso ele não te interessasse, não pq não queria que vc viesse, que besteira é essa! Mas depois que vi que a BGV não viria, eu te disse de aceitar a passagem dele e arriscar. Acho que a única forma de comprovar a veracidade das intenções dele é colocá-lo à prova. Lance a idéia de ele conseguir um trabalho pra vc, mesmo em tom de brincadeira e vamos ver como ele reaje. Eu tb tenho a maior parte das informaçoes sobre ele, através de e-mails e telefonemas. Como vc, não posso julgar uma pessoa, somente por esses meios. Tenho pouca convivencia material com ele e qdo nos vemos é como um amigo, e à parte o fanfarrão, não vejo outros defeitos nesses poucos minutos de convivência. Se ele te achar velha (isso foi sò uma suposição minha, não por causa das fotos que sei que são legias, mas pelo número de idade) a única forma de mostrar que vc é 10 é vir aqui e deixar que ele dê o juizo. E sei que vai ficar de boca escancarada. Tou certa?
Bjs, e escrevam-me
Holly, 12-10-05

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