
From: Samantha
Oi meninas,
Esqueci de dizer uma coisa que achei interessante aqui na empresa. É tudo muito enxuto. São pouquissimas pessoas trabalhando na produção, são galpões enormes nas diversas fases de produção de toldos e estruturas metálicas, mas pouca gente operando. Tudo é computadorizado. Fiquei imaginando que uma fábrica dessas no Brasil, tava cheia de gente operando. E, impressionante, são estruturas enormes, tendas de todas as medidas, túneis e etc, fabricados por máquinas sofisticadas e pouquíssima mão de obra. Também no escritorio, (Holly ja conhece a estrutura) o que é enorme, um prédio inteiro, com pouca gente trabalhando. A recepcionista, além de ser recepcionista, atende clientes, fala japonês, inglês e está estudando espanhol. Ao lado da recepção, uma cafeteria toda montada, sofisticada, para quem quiser tomar café e também para servir aos clientes que chegam. Não existe a figura da zeladora que vai servindo café, de sala em sala. Cada um vai fazer o seu. Só os clientes, são brindados com o café, que pode ser feito gentilmente pelo recepcionista e pelo próprio Gary. Mas sem obrigação. A criatura que faz a limpeza é uma só. E limpa tudo, os escritórios, galpões etc. Não existe uma equipe de gente limpando por toda parte. E é tudo tão limpo e organizado, que chega a ser asséptico. No arquivo, não tem ninguém trabalhando. Vc entra e procura o que quer, fecha a porta e sai. To falando isso pra mostrar esse estilo enxuto que eles têem de tocar a empresa. Sem disperdício. Uma fábrica dessas no Brasil, pela cultura que temos, teria pelo menos 150 funcionários. Aqui não chega a 50. Todo mundo que trabalha no escritório, também atende clientes e fala mais de uma língua, até a namorada do filho, que cuida de coisas mais burocráticas, deixa tudo para atender os clientes.
Mas voltando ao fato interessante: Aqui tem um pequeno restaurante para servir aos clientes. Super aconchegante, com uma lareira e todo aberto como se fosse mesmo uma cozinha de casa. Toda equipada, de máquina de lavar prato a forno elétrico.A ex-mulher de Gary, coordena junto com uma ajudante. Vão cozinhando e servindo na hora. Tudo aparente. Tem toda a estrutura para cozinha e bar. Com vinhos, cerveja, água, refri, digestivos e o que os clientes quiserem.
Ontem, Gary recebeu o Capo francês da Ferrari, e ele mesmo comandou a cozinha. Fez um jantar na hora. O francês, simplesmente um empresário elegantérrimo... gente! Fui convidada para o jantar. Participaram o Capo, um assessor, Simya, eu, Gary e o ex-genro dele que trabalha aqui e tem uma pequena participação na sociedade da empresa. Por sinal, muito simpático e, se não estou enganada, tá me paquerando de forma bem sutil. Imagine se Gary percebe! Todo mundo falando francês e eu boiando. De vez em quando, lembravam de mim e me explicavam em italiano, ou perguntavam alguma coisa sobre o Brasil. Apesar do idioma, foi super agradavel. Me senti entrando no mundo dos negócios. Bebemos champagne francesa, de excelente qualidade... eu que não gosto, apreciei. Acho que foi a marca escolhida a dedo por Gary, por causa do Capo francês que ele queria impressionar.
Mas achei interessante, um empresário como ele, dono de uma grande empresa, ir pra cozinha, servir todo mundo, bem ao estilo italiano. Depois que os franceses foram embora, ele pediu ajuda a Simya, eu e o ex genro, pra limpar e organizar a cozinha. Ele lavou prato, limpou o chão - a gente ajudando - e só se deu por satisfeito, quando tudo estava limpo e organizado. Uma grande lição. Fiquei imaginando o ar esnobe dos nossos empresários e politícos brasileiros. Não sei se isso é praxe daqui ou é uma forma particular de Gary, ou da região que mora. É uma pessoa realmente muito simples, chega a parecer provinciana, às vezes. Não é uma figura de hábitos refinados, como eu pensei.
Agora minhas filhas, o Capo da Ferrari, um cinquentão simplemente maravilhoso... gente, um desses eu bem que queria... O cara, de uma educação, de uma sofisticação em tudo, da forma de falar, sentar, à forma de pegar na taça. Viva à França! Um gentil homem. Gary perto dele parecia um matutão.... Mas parece realmente ser uma pessoa humana! Nos primeiros dias, tive vontade de garguelar ele... porque notei que ele estava me esnobando profissionalmente. Na realidade, me senti muito insegura, pelo fato de não saber me expressar bem na língua italiana, e isso, creio que ele tomou como incompetência. Fiquei fula. Achei que ele se esnobava um pouco, fazia perguntas complicadas em francês, mais por exibição que por necessidade. Não gostei da forma que ele se impostou comigo, diante dos outros, sem antes ter me dado as necessárias informações que eu precisava. Me senti uma babaca. Ele sabia que eu não domino a língua, no entanto, não fez nada pra me deixar à vontade. Além do mais, acho que ele pensa que no Brasil, as coisas funcionan como uma autêntica república de bananas e que não temos now how suficiente pra hospedar uma estrutura como a sua. Quero mostrar pra ele do que o Brasil é capaz, pois os europeus têm uma idéia muito errada de países em desenvolvimento, como o nosso.
Vou fazer uma carta jogando duro com ele, dizendo o meu desconforto e a forma com que ele està impostando a coisa. Pra isso, preciso de vc, Holly, pra me ajudar na correção.
Mas aos poucos, tou já mudando meu conceito..... mas não ao que se refere à história homem\mulher... nesse aspecto , considero ele um típico italiano e não tô nem a fim de encarar.....
bjs, bjs
Samantha, 29-11-05
From: Ly
Que máximo heim?
Samantha, pode fazer uma bela matéria e vender pra revistas do ramo, ao mesmo tempo que começa a fazer o comercial no Brasil do seu trabalho, que acha?
Morro de inveja de empresários, será Deus, que não vou me realizar de chegar a este degrau?
Bjs
From: Samantha
Holly, Tess
Depois da nossa carta, o discurso aqui mudou completamente. Hai visto? Queridas, o tratamento está sendo outro. Vou contar rapidinho. Pra começar Tess, ele respondeu, pedindo desculpa e justificando que tem um metodo de trabalho particular, cujo objetivo é justamente não patrulhar os colaboradores, deixando-os à vontade para desenvolver o potencial. Falou que quem trabalha com ele jà se habituou a isso. Quanto a isso jà conversei com ele e dei minha opinião. No que toca a mim, em particular, como não tenho a expertise do trabalho e mercado, esse metodo dele não se aplica porque preciso, nesse inicio, de todo o suporte e informação possivel. Ele entendeu.
Hoje ele mandou dois assessores deles que fazem em outros países o que devo fazer no brasil, ou seja, descobrindo o mercado e contatando novos clientes, pra que se reunissem comigo para passar todo o now how do trabalho. Simya, uma especie de braço direito dele que fala diversos idiomas e cuida dos clientes estrangeiros, e Jimmy, um francês que ele contratou para cuidar especialmente do mercado da França. Que por sinal gostou muito de mim, foi super simpático e mostrou curiosidade positiva sobre o Brasil.
A reunião foi ótima. Jimmy, principalmente, foi muito esclarecedor, dizendo passo a passo como trabalha e como eu devo fazer no Brasil. Ele foi extremamente realista e me disse que, pra conhecer bem o mercado e começar a dar resultados positivos, vou precisar pelo menos um ano de estudo e visitas. Concordei plenamente e consegui finalmente me expressar bem, falando do potencial do Brasil e também das dificuldades de desbravar mercados, pelo gigantismo do país. Deixei claro que, enquanto aqui, a um passo eles estão em outro país, por serem pequenos e vizinhos uns dos outros, no Brasil, até as regiões são distantes umas das outras, e o contato pessoal requer algumas horas de vôo. Eles são tão por fora, que me perguntaram se eu poderia ir com meu carro contatar os clientes de São Paulo. Porca la miséria! Foi a minha vez de debochar: se vcs acham que temos tempo a perder, posso ir com meu carro sim. São dois dias de viagem pela estrada. kakakaka. Eles riram super sem graça. Ai eu assoprei. Mas não se preocupem, eu encurto essa distancia pegando um avião. Em duas horas tô lá. Kakakakaka. Eles ficaram mais sem graça ainda.
Mas enfim, me explicaram tudo, Simya me levou pra sala dela e me passou todos os contatos que havia feito no Brasil, xerocou tudo e me deu, eu pedi uma cota de material, folder, essas coisas, fomos no arquivo da empresa, enchemos uma caixa com tudo que preciso (não sei como vai ser levar isso, tá pesado) e Jimmy se ofereceu para me mostrar toda a produção, aproveitando que ele vai levar um cliente para conhecer a fábrica. Nesse momento tô aqui, aguadando ele me chamar. Gary saiu com a ex-mulher para resolver não sei o quê, mas cuidou de me inserir no contexto, antes de ir, chamando Simya e Jimmy para me assessorarem em tudo.
Bem, ontem fiquei num dos melhores hoteis de Ferrara, conheci finalmente a cidade, é linda. Parece que vc se reportou pra época medieval. Eu deveria ir embora hoje, mas quando me deixou no hotel, ontem à noite, Gary pediu pra eu ficar mais um dia. Quando me viu entrar no quarto do hotel, ele me acompanhou, levando a valise, acho que ele se animou e acendeu a perspectiva de um rapporto. O quarto é todo chic, antigo e com diversos ambientes cheios de tapetes persas, sofás e móveis antigos. Mas não tem animação certa pra ele. Vou me focar no que ele puder me oferecer de trabalho e virada de vida. E basta. Não foi isso que pensei em relação a Gary. Foi uma puta desilusão. Mas enfim, ao menos tô recuperando a coisa do trabalho.
Quando ele voltar, vou entrar direto no argumento da remuneração. Hoje ainda fico por aqui, à noite volto pro hotel e amanhã parto pra Milão. Holly ele disse que vou de TRAM. Não entendi direito. Acho que vai me levar em alguma cidade próxima pra eu pegar o TRAM. Portanto, não serà na estação que vc vai me pegar. Te ligo quando entender o processo.
Ontem ele recebeu a visita de um grande empresário francês, que ele vinha articulando há um ano. O cara é mangangão, é do grupo Ferrari, não do automóvel, mas uma empresa que fabrica estruturas tubulares com PVC, com tentaculos no mundo inteiro. Inclusive no Brasil. O meu primeiro contato no Brasil será justamente com o representante da Ferrari, em São Paulo, um tal de kared Rokman. Ele conhece o mercado de toldos e cobertuas no Brasil porque, fornece PVC para as empresas fabricantes e, por tabela, pode indicar clientes pra Gary. Eles conheceram Kared numa Feira em Lion, fizeram contato e agora vão me colocar no circuito para continuar a articulação. Estamos tenatando falar com o empresário há varios dias. Inclusive pra dizer a ele que o capo dele, teve aqui visitando a empresa. A idéia é me articular com esse Kared, marcar um encontro com ele em São Paulo , fechar parceria pra ele me explicar o mercado e me indicar clientes. Depois da reunião, entendi que a empresa aqui só trabalha com grandes clientes. Na verdade, clientes VIPs que podem pagar, porque os produtos da Gary Tendieri não são baratos. São desenvolvidos com alta tecnologia, segundo eles, tecnologia nova, que inserem alta qualidade ao produto e novo designer. Portanto, são produtos caríssimos para as grandes empresas que alugam esse tipo de cobertura para eventos VIPS e esportivos de peso, ou então, grandes cadeias de hotéis e restaurantes que queiram fazer essas coberturas em suas dependências, tipo bar de piscinas, quiosques, fomodromos, campeonatos de tênis, golf, surf, essas coisas chics que a Costa do Sauipe faz, por exemplo. Enfim, é isso. Agora estou entendendo melhor o trabalho. Sei que não será uma coisa facil e com certeza, vou precisar de pelo menos mais uma pessoa comigo. Já to pensando em vc Tess. Ly pode articular no Rio tb. Vamos conversar quando chegar ai.
Ja falei demais. Depois continuamos. Tess e a Fagyga? E minha filhota? De assistência a ela viu?
Bjs, 2-12-05
From: Ly
Como sempre, não estou entendendo niente (gostaram do meu italiano),
Bem Samantha, realmente Sampa é a cidade dos eventos, como tô perto posso articular coisas pra vc.
Vê se dá pra vc passar pelo menos algumas horas no RJ, estou com BANZO de tudo e de todos, tb tô carente.
Bjs
Ly, 2-12-05
From: Holly
Entendendo niente é boa. Mas fica melhor non capisco un bel niente.
E aí minha filha, quais a de mesmo? A gente sumiu, né?
Me conte as boas novas.
Bjs, 2-12-05
From: Tess
Oi Holly, finalmente... nem me agradeceu os presentinhos.....
Bem, parece que Samantha conseguiu pelo menos se acertar no trabalho né? Menina que sufoco heim? Ela estava decepcionadíssima.... saiu daqui cheia de expectativa.........
Holly e Roby, como está?
Bem, não esqueça do panetone de Petter, do meu biscoitinho de côco e do suco de pera, ah e da boneca de Lory.
Bjs, Tess
From: Holly
Sim, minha filha. Claro que adorei as coisinhas. Me foram de grande utilidade, principalmente o wellin. Fiquei com água na boca pelo bolo de aipim que não chegou, mas Lyvia, que está aqui na casa de Elsa, disse que vem aqui e vai fazer um bolo de aipim e trazer pra mim. Lá onde Elsa mora, encontra o bendito aipim. Vou esperar.
A tal boneca com cara de gente (e tem boneca com cara de bicho?) eu não tenho a menor idéia de que boneca vc fala. Pode me mandar uma foto? rsrsrsr...
Sobre o adv. pode fazer a proposta da sala de escritorio ou qualquer outra coisa, desde que me restituam o valor que me devem. Nos falamos depois.
Bjs, 6-12-05
Oi meninas,
Esqueci de dizer uma coisa que achei interessante aqui na empresa. É tudo muito enxuto. São pouquissimas pessoas trabalhando na produção, são galpões enormes nas diversas fases de produção de toldos e estruturas metálicas, mas pouca gente operando. Tudo é computadorizado. Fiquei imaginando que uma fábrica dessas no Brasil, tava cheia de gente operando. E, impressionante, são estruturas enormes, tendas de todas as medidas, túneis e etc, fabricados por máquinas sofisticadas e pouquíssima mão de obra. Também no escritorio, (Holly ja conhece a estrutura) o que é enorme, um prédio inteiro, com pouca gente trabalhando. A recepcionista, além de ser recepcionista, atende clientes, fala japonês, inglês e está estudando espanhol. Ao lado da recepção, uma cafeteria toda montada, sofisticada, para quem quiser tomar café e também para servir aos clientes que chegam. Não existe a figura da zeladora que vai servindo café, de sala em sala. Cada um vai fazer o seu. Só os clientes, são brindados com o café, que pode ser feito gentilmente pelo recepcionista e pelo próprio Gary. Mas sem obrigação. A criatura que faz a limpeza é uma só. E limpa tudo, os escritórios, galpões etc. Não existe uma equipe de gente limpando por toda parte. E é tudo tão limpo e organizado, que chega a ser asséptico. No arquivo, não tem ninguém trabalhando. Vc entra e procura o que quer, fecha a porta e sai. To falando isso pra mostrar esse estilo enxuto que eles têem de tocar a empresa. Sem disperdício. Uma fábrica dessas no Brasil, pela cultura que temos, teria pelo menos 150 funcionários. Aqui não chega a 50. Todo mundo que trabalha no escritório, também atende clientes e fala mais de uma língua, até a namorada do filho, que cuida de coisas mais burocráticas, deixa tudo para atender os clientes.
Mas voltando ao fato interessante: Aqui tem um pequeno restaurante para servir aos clientes. Super aconchegante, com uma lareira e todo aberto como se fosse mesmo uma cozinha de casa. Toda equipada, de máquina de lavar prato a forno elétrico.A ex-mulher de Gary, coordena junto com uma ajudante. Vão cozinhando e servindo na hora. Tudo aparente. Tem toda a estrutura para cozinha e bar. Com vinhos, cerveja, água, refri, digestivos e o que os clientes quiserem.
Ontem, Gary recebeu o Capo francês da Ferrari, e ele mesmo comandou a cozinha. Fez um jantar na hora. O francês, simplesmente um empresário elegantérrimo... gente! Fui convidada para o jantar. Participaram o Capo, um assessor, Simya, eu, Gary e o ex-genro dele que trabalha aqui e tem uma pequena participação na sociedade da empresa. Por sinal, muito simpático e, se não estou enganada, tá me paquerando de forma bem sutil. Imagine se Gary percebe! Todo mundo falando francês e eu boiando. De vez em quando, lembravam de mim e me explicavam em italiano, ou perguntavam alguma coisa sobre o Brasil. Apesar do idioma, foi super agradavel. Me senti entrando no mundo dos negócios. Bebemos champagne francesa, de excelente qualidade... eu que não gosto, apreciei. Acho que foi a marca escolhida a dedo por Gary, por causa do Capo francês que ele queria impressionar.
Mas achei interessante, um empresário como ele, dono de uma grande empresa, ir pra cozinha, servir todo mundo, bem ao estilo italiano. Depois que os franceses foram embora, ele pediu ajuda a Simya, eu e o ex genro, pra limpar e organizar a cozinha. Ele lavou prato, limpou o chão - a gente ajudando - e só se deu por satisfeito, quando tudo estava limpo e organizado. Uma grande lição. Fiquei imaginando o ar esnobe dos nossos empresários e politícos brasileiros. Não sei se isso é praxe daqui ou é uma forma particular de Gary, ou da região que mora. É uma pessoa realmente muito simples, chega a parecer provinciana, às vezes. Não é uma figura de hábitos refinados, como eu pensei.
Agora minhas filhas, o Capo da Ferrari, um cinquentão simplemente maravilhoso... gente, um desses eu bem que queria... O cara, de uma educação, de uma sofisticação em tudo, da forma de falar, sentar, à forma de pegar na taça. Viva à França! Um gentil homem. Gary perto dele parecia um matutão.... Mas parece realmente ser uma pessoa humana! Nos primeiros dias, tive vontade de garguelar ele... porque notei que ele estava me esnobando profissionalmente. Na realidade, me senti muito insegura, pelo fato de não saber me expressar bem na língua italiana, e isso, creio que ele tomou como incompetência. Fiquei fula. Achei que ele se esnobava um pouco, fazia perguntas complicadas em francês, mais por exibição que por necessidade. Não gostei da forma que ele se impostou comigo, diante dos outros, sem antes ter me dado as necessárias informações que eu precisava. Me senti uma babaca. Ele sabia que eu não domino a língua, no entanto, não fez nada pra me deixar à vontade. Além do mais, acho que ele pensa que no Brasil, as coisas funcionan como uma autêntica república de bananas e que não temos now how suficiente pra hospedar uma estrutura como a sua. Quero mostrar pra ele do que o Brasil é capaz, pois os europeus têm uma idéia muito errada de países em desenvolvimento, como o nosso.
Vou fazer uma carta jogando duro com ele, dizendo o meu desconforto e a forma com que ele està impostando a coisa. Pra isso, preciso de vc, Holly, pra me ajudar na correção.
Mas aos poucos, tou já mudando meu conceito..... mas não ao que se refere à história homem\mulher... nesse aspecto , considero ele um típico italiano e não tô nem a fim de encarar.....
bjs, bjs
Samantha, 29-11-05
From: Ly
Que máximo heim?
Samantha, pode fazer uma bela matéria e vender pra revistas do ramo, ao mesmo tempo que começa a fazer o comercial no Brasil do seu trabalho, que acha?
Morro de inveja de empresários, será Deus, que não vou me realizar de chegar a este degrau?
Bjs
From: Samantha
Holly, Tess
Depois da nossa carta, o discurso aqui mudou completamente. Hai visto? Queridas, o tratamento está sendo outro. Vou contar rapidinho. Pra começar Tess, ele respondeu, pedindo desculpa e justificando que tem um metodo de trabalho particular, cujo objetivo é justamente não patrulhar os colaboradores, deixando-os à vontade para desenvolver o potencial. Falou que quem trabalha com ele jà se habituou a isso. Quanto a isso jà conversei com ele e dei minha opinião. No que toca a mim, em particular, como não tenho a expertise do trabalho e mercado, esse metodo dele não se aplica porque preciso, nesse inicio, de todo o suporte e informação possivel. Ele entendeu.
Hoje ele mandou dois assessores deles que fazem em outros países o que devo fazer no brasil, ou seja, descobrindo o mercado e contatando novos clientes, pra que se reunissem comigo para passar todo o now how do trabalho. Simya, uma especie de braço direito dele que fala diversos idiomas e cuida dos clientes estrangeiros, e Jimmy, um francês que ele contratou para cuidar especialmente do mercado da França. Que por sinal gostou muito de mim, foi super simpático e mostrou curiosidade positiva sobre o Brasil.
A reunião foi ótima. Jimmy, principalmente, foi muito esclarecedor, dizendo passo a passo como trabalha e como eu devo fazer no Brasil. Ele foi extremamente realista e me disse que, pra conhecer bem o mercado e começar a dar resultados positivos, vou precisar pelo menos um ano de estudo e visitas. Concordei plenamente e consegui finalmente me expressar bem, falando do potencial do Brasil e também das dificuldades de desbravar mercados, pelo gigantismo do país. Deixei claro que, enquanto aqui, a um passo eles estão em outro país, por serem pequenos e vizinhos uns dos outros, no Brasil, até as regiões são distantes umas das outras, e o contato pessoal requer algumas horas de vôo. Eles são tão por fora, que me perguntaram se eu poderia ir com meu carro contatar os clientes de São Paulo. Porca la miséria! Foi a minha vez de debochar: se vcs acham que temos tempo a perder, posso ir com meu carro sim. São dois dias de viagem pela estrada. kakakaka. Eles riram super sem graça. Ai eu assoprei. Mas não se preocupem, eu encurto essa distancia pegando um avião. Em duas horas tô lá. Kakakakaka. Eles ficaram mais sem graça ainda.
Mas enfim, me explicaram tudo, Simya me levou pra sala dela e me passou todos os contatos que havia feito no Brasil, xerocou tudo e me deu, eu pedi uma cota de material, folder, essas coisas, fomos no arquivo da empresa, enchemos uma caixa com tudo que preciso (não sei como vai ser levar isso, tá pesado) e Jimmy se ofereceu para me mostrar toda a produção, aproveitando que ele vai levar um cliente para conhecer a fábrica. Nesse momento tô aqui, aguadando ele me chamar. Gary saiu com a ex-mulher para resolver não sei o quê, mas cuidou de me inserir no contexto, antes de ir, chamando Simya e Jimmy para me assessorarem em tudo.
Bem, ontem fiquei num dos melhores hoteis de Ferrara, conheci finalmente a cidade, é linda. Parece que vc se reportou pra época medieval. Eu deveria ir embora hoje, mas quando me deixou no hotel, ontem à noite, Gary pediu pra eu ficar mais um dia. Quando me viu entrar no quarto do hotel, ele me acompanhou, levando a valise, acho que ele se animou e acendeu a perspectiva de um rapporto. O quarto é todo chic, antigo e com diversos ambientes cheios de tapetes persas, sofás e móveis antigos. Mas não tem animação certa pra ele. Vou me focar no que ele puder me oferecer de trabalho e virada de vida. E basta. Não foi isso que pensei em relação a Gary. Foi uma puta desilusão. Mas enfim, ao menos tô recuperando a coisa do trabalho.
Quando ele voltar, vou entrar direto no argumento da remuneração. Hoje ainda fico por aqui, à noite volto pro hotel e amanhã parto pra Milão. Holly ele disse que vou de TRAM. Não entendi direito. Acho que vai me levar em alguma cidade próxima pra eu pegar o TRAM. Portanto, não serà na estação que vc vai me pegar. Te ligo quando entender o processo.
Ontem ele recebeu a visita de um grande empresário francês, que ele vinha articulando há um ano. O cara é mangangão, é do grupo Ferrari, não do automóvel, mas uma empresa que fabrica estruturas tubulares com PVC, com tentaculos no mundo inteiro. Inclusive no Brasil. O meu primeiro contato no Brasil será justamente com o representante da Ferrari, em São Paulo, um tal de kared Rokman. Ele conhece o mercado de toldos e cobertuas no Brasil porque, fornece PVC para as empresas fabricantes e, por tabela, pode indicar clientes pra Gary. Eles conheceram Kared numa Feira em Lion, fizeram contato e agora vão me colocar no circuito para continuar a articulação. Estamos tenatando falar com o empresário há varios dias. Inclusive pra dizer a ele que o capo dele, teve aqui visitando a empresa. A idéia é me articular com esse Kared, marcar um encontro com ele em São Paulo , fechar parceria pra ele me explicar o mercado e me indicar clientes. Depois da reunião, entendi que a empresa aqui só trabalha com grandes clientes. Na verdade, clientes VIPs que podem pagar, porque os produtos da Gary Tendieri não são baratos. São desenvolvidos com alta tecnologia, segundo eles, tecnologia nova, que inserem alta qualidade ao produto e novo designer. Portanto, são produtos caríssimos para as grandes empresas que alugam esse tipo de cobertura para eventos VIPS e esportivos de peso, ou então, grandes cadeias de hotéis e restaurantes que queiram fazer essas coberturas em suas dependências, tipo bar de piscinas, quiosques, fomodromos, campeonatos de tênis, golf, surf, essas coisas chics que a Costa do Sauipe faz, por exemplo. Enfim, é isso. Agora estou entendendo melhor o trabalho. Sei que não será uma coisa facil e com certeza, vou precisar de pelo menos mais uma pessoa comigo. Já to pensando em vc Tess. Ly pode articular no Rio tb. Vamos conversar quando chegar ai.
Ja falei demais. Depois continuamos. Tess e a Fagyga? E minha filhota? De assistência a ela viu?
Bjs, 2-12-05
From: Ly
Como sempre, não estou entendendo niente (gostaram do meu italiano),
Bem Samantha, realmente Sampa é a cidade dos eventos, como tô perto posso articular coisas pra vc.
Vê se dá pra vc passar pelo menos algumas horas no RJ, estou com BANZO de tudo e de todos, tb tô carente.
Bjs
Ly, 2-12-05
From: Holly
Entendendo niente é boa. Mas fica melhor non capisco un bel niente.
E aí minha filha, quais a de mesmo? A gente sumiu, né?
Me conte as boas novas.
Bjs, 2-12-05
From: Tess
Oi Holly, finalmente... nem me agradeceu os presentinhos.....
Bem, parece que Samantha conseguiu pelo menos se acertar no trabalho né? Menina que sufoco heim? Ela estava decepcionadíssima.... saiu daqui cheia de expectativa.........
Holly e Roby, como está?
Bem, não esqueça do panetone de Petter, do meu biscoitinho de côco e do suco de pera, ah e da boneca de Lory.
Bjs, Tess
From: Holly
Sim, minha filha. Claro que adorei as coisinhas. Me foram de grande utilidade, principalmente o wellin. Fiquei com água na boca pelo bolo de aipim que não chegou, mas Lyvia, que está aqui na casa de Elsa, disse que vem aqui e vai fazer um bolo de aipim e trazer pra mim. Lá onde Elsa mora, encontra o bendito aipim. Vou esperar.
A tal boneca com cara de gente (e tem boneca com cara de bicho?) eu não tenho a menor idéia de que boneca vc fala. Pode me mandar uma foto? rsrsrsr...
Sobre o adv. pode fazer a proposta da sala de escritorio ou qualquer outra coisa, desde que me restituam o valor que me devem. Nos falamos depois.
Bjs, 6-12-05
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