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quarta-feira, 29 de outubro de 2008

O "Vademecum" de Holly


Cuidado a não banalizar Deus


From: Holly

Samantha, e demais meninas.
Tenho relutado muito, mas sinto o dever de dizer algumas coisas, principalmente pra Samantha.
Alguma coisa me incomoda dentro e tenho meditado muito ultimamente, nos meus momentos de silêncio com Deus, sobre esse bloqueio na vida de Samantha. Por mais q tente cavar em outros parâmetros, não vejo outra coisa senão uma motivação exclusivamente espiritual. Me lembro constantemente das grandes experiências q Samantha já teve com Deus, gente, coisas fortes, quase face-to-face, e me questiono qual a repercussão que essas experiências pode ter havido na vida dela, que marcas podem ter deixado nas profundezas da sua alma. Não creio q tenham caido no esquecimento. Foram coisas muito fortes. E esse conflito tão insólito entre Samantha e um dos frutos dessas experiências - Brena - confirma que as postestades estão se confrontando pelo possesso. Não gosto de entrar nesses parâmetros mas, não é uma coisinha de nada.
Acho q muitas vezes precisamos parar pra refletir, tentar sair daquele raciocinio usual com o qual vemos e aceitamos as coisas. Mudar a angulação da visão abrem-se tb novas fronteiras mentais. Gente, o nosso raciocínio usual (quando pensamos na forma tradicional) processa, predominantemente, análise, crítica e julgamento que são muito úteis em várias situações, mas que também nos limitam em inúmeras outras. Nossa mente foi treinada para achar soluções comuns e previsíveis para problemas. Tendemos a exercitar um raciocínio linear, vertical e continuista, lastreado em baixa flexibilidade e com um tímido poder de exploração e conquista de alternativas. Nos habituamos a pensar sem a preocupação de ativar a capacidade que temos de explorar novos caminhos de pensamento, de gerar alternativas, de abrir novas fronteiras mentais que nos permitam desenvolver e implementar e centrar as soluções, com maior produtividade. Ou seja, nos habituamos demais com o habitual.
Isso pode acontecer tb com o nosso relacionamento com Deus. Pelo fato de termos, desde a infância, uma grande convivência com o sagrado, o sublime e divino, ás vezes isso pode ter-nos deixado insensíveis e habituadas á divindade, que acabou por ser banalizado, inexpressivo pra a mente, e sem a natural perplexidade que deveriamos ter com o sobrenatural ou ás coisas espirituais. O perigo disso é criarmos uma situação ilusória que poderá subtrair de muito, a percepção real do nosso vínculo com Deus. Raciocinamos mais ou menos assim: “Pertenço a Ele – assim fui instruida – logo é responsável pela minha inteira e total sobrevivência. Acho que esse ‘reconhecimento’ é já o bastante pra que Ele se encarregue do peso da minha vida. Tenho meus pecadinhos, mas tou sempre me desculpando e sendo Ele tão misericordioso, me perdoa sempre.” Basta um culto formal ou qualquer outro recurso fácil e simples pra cancelar culpas e débitos com Ele, sem ter que mergulhar em crises profundas de arrependimento, como se Deus necessitasse do nosso culto pra sobreviver. Esses enganos espirituais podem atropelar terrivelmente a percepção de Deus e a aquisição das nossas bençãos, como refere aquele livro no Divã de Deus.
Ele não precisa do nosso arrependimento, do nosso stress físico, na tentativa de demonstrar quanto estamos arrependidos, nem lindas palavras práticas de confissão de fé, qdo no íntimo e nas motivações, somos totalmente incoerentes. Deus prefere uma vida que estabeleça coerência entre o professar e o viver. Se não percebermos e interiorizarmos esse conceito, corremos o risco de nos decepcionarmos continuamente com Ele até o definhamento da inter-relação. Aprendemos a conhecer o Deus mito, o ídolo, aquele mágico que aparece e desaparece, toma e dá, indistintamente. Com isso, começamos a imaginar e criar um lugar íntimo, impenetrável até para Deus, só nosso, não compartilhado, não invadido nem dividido com ninguém (nem com Deus), um quarto com portas fechadas na alma, onde trancamos pensamentos e valores com os quais nos nutrimos e em função dos quais vivemos, não permitindo que Deus penetre nesse nele. Pensamos de sermos o administrador absoluto. A banalidade – naturalidade - que inconscientemente fazemos dele, nos faz pensar que, na realidade, Ele não tem todo esse direito ou poder de penetrar na nossa existênca. Não queremos ser modificadas, nem que invadam nosso ninho interior. Esse hábito que temos da presença incubada dele, nos faz perder a perplexidade diante da sua potência, do que Ele é capaz de realizar em nós. Assim, esquecemos que temos com Ele um vínculo forte e profundo, e que muitas coisas que acontecem na nossa vida, não são frutos do mero acaso. Qtos livramentos, qtas providências, verdadeiramente divinas, ocorrem a cada dia no decorrer da nossa vida e nós, não ficamos perplexos, não associamos a uma providência divina. Foi uma mera coincidência, nada mais!

Deus não é “sobremesa”

O que devemos analizar é: aprendemos que Deus é a base da nossa existência e, sendo assim, temos a consciência de que somos dependentes dele em tudo. Todo o percurso da nossa vida foi montado na crença de que Deus està sempre disponível para suprir, verdadeiramente, cada necessidade nossa. E é verdade. E se milhões de vezes temos afirmado isso, mas não vemos resultados, é pq conhecemos esse Deus, um pouco na prática e muito na teoria. Se tivemos a coragem de afirmar tantas vezes, q Deus é o provedor de todas as coisas, é nosso Pai e Criador e que pode suprir TODAS as nossas necessidades, tem só dois motivos: 1) afirmamos pq realmente o conhecemos e temos certeza que é assim; 2) somos loucas, alienadas, temos a mente teleguiada, e dizemos aquilo que nos disseram, sem nenhuma convicção . Não creio na numero 2. Hipotizando a numero 1, se reconhecemos que existe esse Deus Criador, Pai, rico e misericordioso, conforme revelação biblica, esse é o conhecimento mínimo, precípuo e essencial que precisamos ter, pra poder tomarmos posse de filhos-herdeiros. Temos que tirar Deus da banalização e isso acontece qdo começarmos a ver Deus por outro ângulo tirando Ele do trono inalcançável que criamos e nos conscientizarmos da perene permanência dEle dentro de nós, em nossa mente. Nos temos a mente de Cristo, logo Ele habita em nós, não nal alturas intransponíveis, essa é a minha convicção.
Um filho pode ser definido herdeiro de um grande império mas pode tb, nunca botar a mão na herança por motivos vários. Deus precisa é de nossa total confiança nele e não adianta dizer “ah, mais isso eu tenho de sobra” que não é verdade. Deus não mente. No salmo 37 diz que Ele fará sobressair a nossa justiça como a luz, e o nosso direito como o sol do meio dia. E se tomarmos posse do título de filhos-herdeiros, temos esse direito.
Mas, além... muito além de qualquer que seja o nosso interesse pessoal-material, o mais IMPORTANTE para Deus é que Ele deve ser o nosso maior prazer na vida – o prato principal e não a sobremesa. É dele – o prato principal - que temos que tirar a mais intensa satisfação, a sobre-mesa depois de ter comido uma suculenta feijoada – é bem aceita mas dispensável, diante do nosso estado de saciedade.
Essa é uma conscientização pessoal. E tenho sentido que, enquanto Ele não for o “prato principal” na vida de Samantha, as "DEMAIS COISAS" tanto desejadas por ela e que Deus tá impaciente em concedê-las, não poderão ser acrescentadas, pelo simples motivo de que Ele continuará sendo relegado a uma simples sobremesa, depois de um farto jantar. Não coloque suas necessidades e desejos na frente dele mas, Ele deve ser o seu estandarte.
Fiquem com Deus
Bjs
19-3-07

From: Samantha
Todas essas práticas passaram pelas nossas vidas Holly. Entretanto, mesmo quando estávamos tão contritas e fiéis e constantes e inseridas na igreja e tentando agradar em tudo a Deus e aos irmãos , que por sinal nos detonavam.... lembra? tudo era também assim, difícil. Passamos muitas dificuldades e situações que é melhor nem lembrar. Enfim..... essas travas sempre estiveram na vida da gente. Não é uma coisa de agora. Entretanto, porque estou distante da igreja aí todo mundo acha que o motivo das minhas dificuldades é isso. Sinceramente, viu!!!!!!! Não estou tão distante de Deus assim, Holly, não faço nada demais na minha vida que me inferiorize a um ser indigno que não mereça o olhar nem a consideração de Deus. Apenas não estou e nem sei se quero estar vinculada a qualquer igreja. Assim como vc tb não está. Agora o fato de eu ser sozinha, sem suporte masculino, como todas vcs têm, me dá o destaque de tá mais enrrascada, porque estou lutando sozinha pela sobrevivência. No mais, acho que Deus é mesmo um pouco inatingível... senão não seria DEUS! E tb acho que nos deixa mesmo soltos pra viver, não se envolve tanto assim..... o problema é que antes eu cobrava muito dele. Agora não me sinto no direito de cobrar mais nada e tô aprendendo mesmo a não cobrar - porque talvez tenha entendido que ele quer que eu toque o barco da minha vida sem essas dependências. Quando vc fala que achamos que Deus é o responsável pelas nossas vidas não tá mais se aplicando a mim não. Ás vezes até murmuro um pouco contra ele, mas isso tá cada vez mais raro. Aprendi a mim culpar pelas minhas escolhas!!!!!!
by e beijos - 20/03/07

From: Ly
Oi gente,
Minha experiência com Deus tem sido cada vez mais madura e devo muito disso a vcs e ao Bento que tem uma fé inabalável.
Holly tem razão qdo diz que fomos criadas para ver Deus apenas de um ângulo, mas Ele é muito além que tudo isso.

Bjs, 20/03/07

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